sábado, 12 de maio de 2012

Mulher Mãe

            Em uma noite de fevereiro, após meses de espera, você recebeu em seus braços carinhosos, aquele que gerou de suas próprias forças.
            A parti daí, seus dias e suas noites nunca mais seriam as mesmas. O pequenino precisou de alimento e você lhe deu seu seio. Precisou de cuidados e você deu dedicação exclusiva em detrimento de seu descanso, de suas horas de sono.
            Foi você quem lhe manteve a vida. Quem lhe ensinou a sorrir, a pronunciar as primeiras palavras, a equilibrar-se nos primeiros passos...
            Os anos foram passando céleres. Algumas vezes eram seus machucados resultantes das estripulias, outras vezes a febre, uma infecção de garganta, uma dor de ouvido. Em todos estes momentos, você foi a enfermeira abnegada, que a tudo curou.
            Por fim ele cresceu... ficou maior do que você mesma, se tornou-se adulto. Acabou ai sua atenção? Nem pensar...
            Aquele menino quis ser soldado. Viver em um regime duro, disciplinado. Diariamente teria contato com armas de fogo, com treinamentos físicos forçados e você temia por seu bem estar, por sua vida.
            Quantas vezes, depois de chegar ao local de alguma missão, ao procurar algo em sua mochila, ele encontrava as guloseimas que você habilmente havia ali infiltrado sorrateiramente, você não queria que seu menino passasse fome.
            Seu filho se achou homem. Seu coração apaixonou-se perdidamente e para sempre, por uma filha de outra mãe e ele alçou vôo para fora do ninho. Quantas lágrimas você derramou escondida? Quantos temores? Quanta falta no ninho vazio...
            O tempo passou mais ainda. Veio a primeira neta, a vida se renovava. Seu primogênito crescia profissional e intelectualmente, a vida seguia seu curso.
Seus lindos cabelos negros, agora já estavam prateados pelo tempo. Seu corpo já não dispunha mais de tantas energias, mas eis que seu filho cai novamente...
Desta vez, foi o maior de todos os tombos. Abriu-se uma ferida que jamais cicatrizaria. Seu bebê precisou de colo novamente e, você mulher mãe, não titubeou em socorrê-lo.
Você juntou forças que só as mulheres são capazes de conseguir e não deixou que se rebento morresse, mesmo que já houvesse folhas murchas. Com carinho imenso e abnegação, soube regar, orar e esperar. Você não podia fraquejar, um filho e uma neta precisavam de suas forças e de seu amor ilimitado.
Mãe, que a Mãe de todas as mães, sempre lhe abençoe e proteja de todos os perigos da vida. Que sua luz nunca se apague e que seus braços nunca se fechem. Que seu colo que hoje abriga seus filhos e seus netos, sempre seja o nosso porto seguro.
Parabéns pelo seu dia!
É o desejo de seu filho que somente existe, porque você existe.
Te amo!

Port-au-Prince, 08 de maio de 2011.