terça-feira, 8 de março de 2011

Reencontro.

            Seus olhos encontraram os dela em uma noite quente de primavera, e nunca mais ele seria o mesmo... Aquele não era um encontro, mas sim o reencontro de duas almas que na rodas das existências, já haviam estagiado juntas por diversas vezes.
            Ali estavam novamente, um frente ao outro. Vinte e um anos haviam se passado sem que se vissem, mas agora finalmente se encontraram. O desejo era de abraçarem-se, beijarem-se, matarem a saudade de tanto tempo afastados, mas ainda não se davam conta da grandeza daquele momento e a timidez os conteve naquele dia.
            Ele ficou inquieto. Não era apenas um corpo lindo de mulher que o atraia, aquela era quem ele esperava por tanto tempo.
Lembrou-se de quantas vezes, embreado entre a multidão, imaginava que seu amor dali iria surgir a sua frente. Das tantas vezes em que em outros rostos a havia buscado sem sucesso. Das muitas vezes que no silencio da noite, parece que identificava suas ondas mentais e ela estava ali ao seu lado, pedindo-lhe que a esperasse.
Tudo isto agora havia acabado... Ali estava seu amor. Não um novo amor, mas sim sua alma gêmea.
Seu corpo tremia sob o Kimono e seus pés fugiram em direção a ela. “ – Oi! Posso lhe ajudar a amarrar sua faixa?”. Ela sorriu e ele notou seu rosto ruborizado... “ – Se você quiser...” Ele não esperou a resposta. Tomou a faixa de suas mãos, com suas mãos ainda trêmulas, a dobrou ao meio, girou quarenta e cinco graus e envolveu a cintura dela com aquele algodão branco; fez o nó característico, sorriu para ela e disse: “ – Está pronto!”. Ela devolveu o sorriso e respirando fundo, quis controlar as batidas de seu coração que haviam disparado.
Ele voltou para o seu lugar na hierarquia do lugar. O treinamento iniciou e naquele dia seus olhos só tinham uma direção.

Esta é uma parte da história de dois corações, que hoje estão novamente separados fisicamente, mas cujos laços do amor jamais irão separar-se. Esperam novamente pelo reencontro, ainda mais cheios de saudade.

Parabéns Mulher! 

          O tempo não traz alívio; mentiram-me todos os que disseram que o tempo amenizaria minha dor!
           Sinto sua falta no choro da chuva; Quero sua presença no recuar da maré.
          A velha neve escorre pela encosta de cada montanha, e as folhas do outono viram fumaça em cada caminho Mas o triste amor do passado deve permanecer no meu coração, e meus velhos pensamentos perduram.
           Há centenas de lugares aos quais receio ir — por estarem tão repletos de lembranças dele. E ao entrar com alívio em algum local tranqüilo, Onde seu pé nunca pisou, nem seu rosto brilhou, Eu digo: "Aqui não há nenhuma recordação dele!" E com isso paro, arrasada, e me lembro tanto dele.


Edna St. Vincent Millay

Nenhum comentário:

Postar um comentário