quinta-feira, 22 de março de 2012

Azul da cor do céu.

De frente para a janela eu observava a paisagem que se desenhava a minha frente... Bem ao centro estava um belo pinheiro. O rei das florestas do Sul, majestoso exibia seus galhos verdes cujo conjunto harmonioso lhe dá a forma de cone. À direita, estava uma enorme Acácia Branca que, a espessura de seu tronco denunciava os longos anos que já tinha vivido. À esquerda, alguns Pé-de-Prata exibiam-se faceiros. Era o segundo dia do Outono e suas fartas folhas já amarelando, começavam a desprenderem-se de seus galhos, entapetando o chão antes desnudo. Lembrei da velha Londres de outros dias.
A fotografia era belíssima, pelo menos assim pensava eu, até que meus olhos ergueram-se e encontraram os seus... Acima da paisagem descrita por mim, havia um céu límpido e azul, que em contraste com o verde dos pinheiros, o prata das Acácias e com o ouro das folhas da Prata, criavam um espetáculo de cores. Como não lembrar-me de você?
            Neste momento me dei conta de que jamais eu ficaria sem poder ver você, pois bastaria olhar para cima e vendo o céu azul, lembraria de teus lindos olhos. E nos dias cinzentos e chuvosos? Perguntaria o leitor mais atento. Mesmo ai eu te veria...
O céu cinzento me lembrará você, quando juntinho ao meu corpo, me dava o abraço mais gostoso do mundo e, naqueles breves momentos só meus, você fechava seus olhos para sentir somente os meus braços lhe envolvendo, quem sabe somente o meu perfume.
Os teus olhos marejados que tantas vezes eu vi, vertendo o desafio de uma apresentação em público, a compaixão de uma história triste que nos contavam, ou ainda a alegria de uma cena que lhe marcava um reencontro ou uma despedida, será do que eu lembrarei nos dias chuvosos.
Hoje ainda eu a encontrei em meus sonhos. Naqueles momentos tão meus, eu vivi alegrias tão nossas. Tudo foi perfeito, alegre, espontâneo. O prazer de estar contigo em cada segundo vivido ficou gravado em meu coração. Nessa noite não éramos apenas amigos, éramos um casal muito feliz, éramos amantes apaixonados, éramos uma família.
Freud poderia afirmar que os desejos inconsciente de minha mente, haviam criado a representação de uma ilusão ideal. Ilusão? Como poderia ser uma ilusão, estes momentos tão vividos, tão cheios de carinho, prazer, alegria? Talvez ilusão seja eu acordado, estar longe de seus lindos olhos azuis.

Lages-SC, 22 de março de 2012.

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