A
hora de ela partir estava próxima...
Eu
a retinha em meus braços e, em um silêncio que fala muito mais do que palavras,
nossos olhos namoravam-se.
Em
um gesto inconsciente de retê-la para sempre junto a mim eu a abracei,
trazendo-a fortemente para junto do meu peito.
O
coração que outrora era meu, mas que hoje não mais me pertence sentia as
batidas do coração dela.
Os
minutos passaram céleres...
Em
determinado momento eu senti o seu peito arfar de um jeito que eu já
conhecia...
Afrouxei
os meus braços e a mirei. Então percebi que de seus olhos cor de mel, escorriam
águas.
Hoje
eu sei o que isto significa. Porquê as mulheres choram, mesmo nos momentos mais
felizes...
Elas
choram, não pelo momento de felicidade, mas por pensarem que talvez no futuro
não tenham mais isto.
Choram
por sentirem-se compreendidas e amadas.
Na
presença de quem amam, choram por pensarem em uma futura separação.
Depois
de períodos de sombra, choram pela luz que lhes chegam ao coração.
Em
silêncio eu beijei os seus olhos, procurando enxugá-los.
Ela
ainda incapaz de falar sobre o que lhe ia na alma, emocionada falou: “Vá se acostumando, eu sou muito emotiva
mesmo”, como se isto fosse algo que a desabonasse. Na verdade somente me
faz admirá-la ainda mais.
Em
quantas situações hoje podemos deixar fluir o que sentimos?
Na
presença de quantas pessoas nos encorajamos a sermos o que realmente somos?
Bem
poucas, por certo...
Minha
Princesa, que seja assim para sempre. Que não nos furtemos a sermos o que
realmente somos. A demonstrar o que realmente sentirmos e principalmente que
nossos olhos nunca deixem de perceber isto.
Te
adoro!
Lages-SC,
22 de julho de 2012.
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